terça-feira, 2 de julho de 2013

Almourol - Lado "B"

Almourol Lado “B”

Cá por casa o 13 de Junho é o tal dia do ano que estou por minha conta. A mulher está no trabalho, o miúdo está no colégio e eu... tenho o dia todo para passear de mota.

Este ano das alternativas que tinha escolhi repetir um dos meus destinos anteriores mas, com uma variante para não ser tudo igual. O Destino era Almourol e desta vez o percurso seria feito pela margem sul do Tejo.


Assim, no dia 13 de Junho de 2013, fiz-me à estrada por volta das nove da manhã com o seguinte itinerário:
Com inicio em Corroios/Seixal, apanhei a N10 até Coina e depois o IC32 até Alcochete. Em Alcochete apanhei a N118 até Constância Sul, passando por: Porto Alto, Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos, Marinhais, Muge; Benfica do Ribatejo, Almeirim, Alpiarça, Vale de Cavalos, Chamusca, Pinheiro Grande, Carregueira e Arripiado. Depois, apanhei a N3 passando por Tancos e Vila Nova da Barquinha. A partir daqui apanhei o IC3 e a N365 que me levaram até à Golegã e depois a N243 até à Chamusca. Aqui apanhei novamente a N118 de volta a casa passando pelos mesmos sítios da ida.

A N118 de Alcochete até Almeirim foi feita com muita atenção. Apesar do piso não ser mau, a estrada é estreita, tem bermas muito estreitas e há muito transito de pesados. Dentro das localidades circulamos sempre com atenção redobrada. A Partir de Almeirim o transito diminui consideravelmente e a partir da chamusca torna-se quase inexistente. É a partir daqui que se começa a tirar partido do passeio.   

Tinha decidido fazer poucas paragens até à Chamusca mas, fui descobrindo uns cantinhos muito engraçados pelo caminho e fui parando. O primeiro foi à saída de Benavente. Encontrei um pequeno parque junto ao rio com muito bom aspecto e óptimo para beber um gole de água e aliviar o stress do transito. 


Almeirim, era aqui a minha paragem programada e assim foi. Parei junto à praça de toiros e foi difícil resistir à tentação de comer uma sopinha da pedra. Mas se tivesse cedido à tentação, o passeio tinha ficado por aqui.
Á entrada em Alpiarça, descobri outra pequena surpresa. Existe um parque com uma barragem e uma paisagem muito bonita pelo que, era obrigatório parar. Deixei um casal de gansos a guardar a mota mas, levei a chave comigo não fossem eles... hehehehe... curiosamente nesta localidade existem muitas referências à família Relvas, nomeadamente a José Relvas que foi Ministro das Finanças no Governo Provisório da República entre 1910 e 1911, tendo sido ele que instaurou o escudo em Portugal, foi embaixador de Portugal em Madrid e ainda na política, destacou-se como Chefe de Governo e Ministro do Interior (1919). Ele aqui dá nome a ruas e escolas e a Quinta dos Patudos que foi sua residência até 1928, foi legada por si ( a Casa, a colecção de arte, a biblioteca e o arquivo), ao Município de Alpiarça, impondo que a residência fosse conservada como museu e mantivesse a designação de Casa dos Patudos.  Já o elemento da família que nós conhecemos é mais conhecido por outras razões..


A partir de Alpiarça o transito reduz consideravelmente e a estrada até melhora, pelo que aqui começamos a andar mesmo em ritmo de passeio mas, passando a Chamusca, a estrada é praticamente só para nós. 


A próxima paragem foi o Arripiado. Pequena localidade junto ao Tejo (na margem sul) . Aqui impôs-se a paragem para almoçar no parque das merendas que existe mesmo à beira do rio, tendo Tancos na margem oposta. O Jardim, o parque de merendas e o cais de embarque devem ser visitados. Tudo muito bem tratado e a vista sobre o rio é fenomenal. Um facto curioso... percorri a vila duas vezes e só encontrei um velhote a dormitar, debaixo de um salgueiro junto ao cais de embarque.



Saí do Arripiado para visitar o miradouro sobre o Castelo de Almourol (a verdadeira vedeta do passeio). Encontrei o desvio 1 Km depois do Arripiado e bem sinalizado e quando lá cheguei fiquei deslumbrado com a vista. Até me faltou o ar... se por ali passarem, não deixem de perder uns minutos porque vale bem a pena.




Segui depois até Constância Sul, onde apanhei a N3 junto a fábrica de celulose do Caima e atravessei o Tejo pela ponte que aí existe. Tive muita pena de não ter uma “GoPro” pois a travessia desta ponte merecia ficar registada. Quer pela paisagem que pela travessia única que proporcionou. Infelizmente, nem uma foto consegui tirar por causa do transito algo intenso que se fazia sentir na travessia.
Próximo destino... Tancos! Passei pelo Regimento de Tropas Para-quedistas, pela BA3 e pela Escola de Engenharia. Tudo deserto! Tudo deserto, não se via vivalma... é este o estado a que o interior do país foi sujeito. Poucos quilómetros depois... Tancos. Parei junto ao restaurante Almourol. Aqui é um local onde podemos tirar proveito da vista sobre o Tejo e sobre o Arripiado na margem oposta.
A estrada entre Tancos e Vila Nova da Barquinha é muito familiar e à medida que a percorria foi despertando em mim lembranças da minha infância. Parei no Parque Almourol em Vila Nova da Barquinha para descansar e beber um café numa esplanada junto ao parque.  O destino seguinte era a Golegã e também esta estrada foi feita ao ritmo das recordações da infância.


Que a Golegã é terra de cavalos, já toda a gente sabe! Mas quem lá passa nota isso nas mais pequenas coisas. Desde o cheiro a cavalo que se sente desde que entramos até sair, até à sinalética existente (paragens de autocarros, placas de ruas, etc) na própria vila, que não nos deixa esquecer que estamos na capital do cavalo. Curiosamente fiquei perdido na vila pois, não havia nenhuma placa que me indicasse o caminho para fora daquela terra ...   Só quando consegui voltar à entrada da vila é que consegui seguir o caminho desejado, a N243 em direcção à Chamusca.


Feita a N243 e a travessia do Tejo pela ponte da Chamusca, foi a volta a casa. Desta vez já não em ritmo de passeio... já estava tudo visto e o cansaço começava a fazer-se sentir.
Cheguei a Corroios por volta das 16:00 com pouco mais de 300 km feitos e a alma lavada. 


Divirtam-se e bons passeios



quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Passeio pelo Alto Alentejo


Passeio pelo Alto Alentejo

Ultimamente a disponibilidade para estes passeios não é muita e esta oportunidade surgiu praticamente do nada. Como aconteceu assim tudo de repente,  decidi ir até Montargil acompanhando todo o fertil Vale do Sorraia. É um passeio muito bonito pois esta é uma das zonas mais ferteis do nosso país. Aqui se produz arroz, milho e tomate com abundancia. Esta zona estende-se desde Coruche até Montargil e Avis onde estão as duas barragens  que são a chave do sucesso deste vale. Barragem de Montargil alimentada pela ribeira de Sôr e barragem do Maranhão alimentada pela ribeira da Raia que depois se juntam a jusante das barragens e formam a ribeira do Sorraia (que dá nome ao vale).


Saída de Corroios/Seixal por volta das 10:00 da manhã. Algo tarde devido ao meu filho e às empregadas da bomba da BP que nunca me deixam ir sem me pregarem uma verdadeira seca para pagar o combustível.  Fui direito a Alcochete e daí até ao cruzamento de Coruche pela recta do Infantado (a parte mais chata do percurso – 20 Km de recta). Daí segui até ao Couço, onde parei para um café e uma maravilhosa empada  no café da estação de serviço. Atravessei a ribeira do Sorraia e segui todo o vale até Montargil. Durante todo o percurso são visíveis os canais de rega (obra do estado novo) que são a chave do sucesso deste vale. 

Os meus planos incluíam comer uma bucha em Montargil, junto à Barragem mas, como não encontrei as condições necessárias, tirei umas fotos e dirigi-me a Mora. Fui ter ao Fluviario de Mora. O fluviario está inserido numa reserva ecológica (Reserva Ecológica do Gameiro) e esta zona está servida de um parque de campismo e um parque de merendas com sombra e bastante calmo que era exactamente o que eu queria. Depois de parar descobri que, aqui também existe uma praia fluvial espectacular.

 

Depois de comer e de me refrescar nesta bela praia fluvial fiz-me de regresso a casa. Desta vez por um caminho diferente. Segui para Mora e daí para Pavia, Arraiolos e Montemor-o-Novo. Deixei de acompanhar o verde e fértil Vale do Sorraia e entrei numa paisagem mais árida das planicies Alentejanas. Eram perto das 14:30 e fazia calor, muito calor. De tal forma que só o ar que entrava no capacete queimava a cara e tornava a respiração mais dificil. Foi uma jornada de viseira fechada e com poucas paragens.
De Montemor fui direito a Vendas Novas onde parei para matar saudades dos meus tempos de tropa passados nesta localidade. Segui depois para Pegões, Aguas de Moura, Setubal, Azeitão e de volta a casa pelas 17:00 aproximadamente.

Não foi o passeio que queria mas foi o que foi possivel. Para a proxima irei até Alter do chão, Nisa e Crato e voltarei por Avis e pela Barragem do Maranhão. Só ainda não sei quando será possivel o passeio...

Divirtam-se

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Aquisição de extras para a menina

Material a preços muito interessantes.

Nunca quis montar uma top-case na CBF, porque sempre achei que lhe estragava a estética. Gostava de a ver sem acessórios, gostava de ver aquelas linhas da traseira que a tornam tão bonita. Pois é...já reconsiderei. Este verão cansei-me de andar de mochila às costas. Fartei-me de chegar a casa com a roupa alagada em suor e de sentir o peso da carga nas costas. Decidi montar uma top-case para guardar as tralhas todas que normalmente levava ás costas.

Primeiro ver preços e decidir o que comprar. Necessitava de um monorack para montar o suporte. O mais barato que encontrei, foi num site italiano em que ficava perto de 70 euros (os braços e o prato) cá andariam entre os 100/120 Euros. Só depois deste suporte poderia pensar na mala a adquirir. Não queria uma mala muito grande nem uma tão pequena que nem o porta-moedas coubesse. A minha escolha recaiu entre dois modelos: GIVI E460 e GIVI V46 de 46 litros de capacidade. Preços... acima dos 200 euros cá. Mais baratas no tal site italiano. Mesmo assim na casa dos 190 euros já com portes.

Não me apetecia gastar uma "pipa" de massa pelo que fui ver em segunda mão. Nessa mesma altura o Lázaro do www.cbfportugal.com colocou o equipamento dele à venda porque ia trocar de montada e eu, consegui comprar-lhe o monorack por 50 Euros. Menos de metade de um novo na loja e esta estava impecável, não fosse o Lázaro o tipo com a mota mais limpa e cuidada do Universo :-)


Depois de montado o monorack (levou 10 minutos a montar), a menina estava em condições de receber uma top-case. Como não tinha pressa, andei pela net à procura de bons negócios. Vi algumas coisas mas a preços que não compensavam sobre o material novo. A única coisa de jeito que vi foi uma GIVI E460 por 120 Euros mas tinha que vir de Leiria. Não desisti e durante alguns dia fui consultando alguns sites (CustoJusto; OLX; Coisas; Miau; Leilões.net, etc) até que vi o que procurava. Uma top-case V46 (igual à da figura) à venda por 130Euros (novas são para cima de 230/240euros). Fiz negócio na hora e voilá...



Vejam lá como ela fica bem montada na traseira da CBF. A vantagem é que posso tira-la sempre que quiser :-)


Foi um excelente investimento. Nunca mais compro nada novo sem consultar o que se anda a vender por aí usado. Porque, pode ser usado e estar como novo a menos de metade do preço. Em tempos de crise todos os euros que ficarem na carteira são poucos :-)

Divirtam-se

sábado, 8 de outubro de 2011

A caminho do sul...

Passeio pelo sul

Desde que o miúdo nasceu que as oportunidades para grandes passeios desapareceram, mas no dia 13 de Junho de 2011 prespectivava-se uma boa oportunidade. Com a mulher no trabalho e o pequenote no colégio, era um feriado excelente para passear de mota.

Depois da "aprovação" da patroa...hehehehe...publicitei o evento no www.cbfportugal.com e consegui dois companheiros de viagem. O César (CDores) e o Luís Vilela (Papagaio73). Foi 5*****!!! Encontramos-nos nas bombas da A2 em Palmela e rumamos a Setúbal. Daí, apanhamos o Ferrie para Tróia, depois fomos até Vila Nova de Mil Fontes passando por Comporta, Pinheiro da Cruz, Melides, Santo André, Sines, São Torpes, Porto Covo. Na volta fomos direitos ao Cercal e fizemos as aquelas curvas maravilhosas até Santiago do Cacém que nos foram aconselhadas pelo Barbas. Seguimos depois direitos a Grândola para atestar e fazer o caminho para casa via A2. O passeio foi um sucesso como comprovam as fotos seguintes:

Setúbal. Entrada para o Ferrie.
Paragem na Comporta para um cafézinho.

Lagoa de Santo André.

São Torpes

Porto Covo


Alguns souvenires algo invulgares... :-)
Vila Nova de Mil Fontes



Santiago do Cacém


Grândola (ultima paragem antes do regresso).

Depois, foi o regresso a casa esperando já pelo próximo passeio embora, ainda sem data nem destino.

Divirtam-se

P.S. Algumas das fotos deste post são da autoria do Luís Vilela. Espero que ele não se importe de eu as ter usado.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

És mais uma estrela que brilha no céu a olhar para nós!

Más Noticias

Quarta-feira, dia 20 de Julho de 2011, chego ao trabalho cedinho e como é habito e rotina, verifico os e-mails, faço relatório do dia anterior e por ultimo e antes de me lançar a mais um dia de trabalho, vou ver as noticias ao Fórum CBF (www.CBFportugal.com).

Fiquei estarrecido...titulo da mensagem "Maluquis partiu para outra viagem". Cliquei no tópico com a esperança de que fosse apenas isso mesmo, uma grande viagem antecipadamente programada. Mas não...o que li foi exatamente isto: 
"O Miguel Barral mais conhecido no fórum por "Maluquis", acompanhou este forum por muito tempo e muitos dos daqui o conheciam e sabiam as suas façanhas e sempre boa disposição. O Miguel teve um acidente fatal esta manhã na 2ª Circular em Lisboa. Não me interessa como foi nem quem teve a culpa, neste momento sinto-me muito mal.... mesmo muito mal e nem queiram saber a dificuldade que estou a ter em escrever estas linhas. Eu conhecia o Miguel muito bem e ROLEI muito com ele por isso só me vou lembrar destes pequenos pormenores (ao pé dele era impossível não estarmos alegres)."

Não conhecia o "Maluquis" pessoalmente mas como acontece com tantas outras pessoas que frequentam este fórum, acabamos sempre por criar alguma afinidade. Afinal, partilhamos a mesma paixão pelas 2 rodas. Por isso mesmo senti-me como se tivesse levado um soco no estômago. Passei o dia a pensar no assunto. Pensei e repensei a minha paixão pelas motas. Pensei no "Maluquis", e como ainda à pouco tempo lia a cronica da viagem ao Douro Vinhateiro. Passei o dia com um gosto amargo na boca e quando regressei a casa, no meio do transito infernal da 25 de Abril, vinha-me constantemente ao pensamento o seu acidente e como estupidamente foi ceifada a sua vida. Fiz uma viagem muito mais atenta, não sei se por cautela ou receio despoletado pela triste noticia.

Não consigo expressar mais o que sinto...apenas quero dar os meus mais sinceros sentimentos à família fazendo minhas as palavras do "Sealion":

"Miguel neste momento és mais uma estrela que brilha no céu a olhar para nós"

terça-feira, 5 de abril de 2011

Estou preocupado!

Começo a ficar preocupado com esta onda de acidentes que tem atingido alguns motociclistas conhecidos. Preocupado porque, também eu ando de mota em Lisboa e tenho visto verdadeiros criminosos ao volante. Por sorte tenho escapado mas, até quando?

Não consigo perceber esta falta de civismo que aumenta a olhos vistos. Será a conduzir que se descarregam as frustrações familiares e profissionais? Parece que sim!!! Cada vez mais as pessoas usam o carro como forma de "afirmação pessoal". Quando não há tomates para se afirmarem em casa ou no trabalho, agarram no carro, vão para a estrada e tornam-se em autênticos assassinos de sangue frio com uma impunidade quase total. Atropela-se alguém na passadeira, abalroa-se alguém que parou num sinal, não se para no "Stop" e a justificação... "olhe...nem o vi!!!" ou então "...apareceu-me assim de repente à frente". Enfim, as justificações são do mais disparatado que há e revelam um total desrespeito e uma total despreocupação pela integridade física da pessoa com quem tiveram o acidente.

O transito neste país está a ser transformado numa autentica selva onde cada um olha por si, e ás autoridades falta-lhes alguma capacidade de intervir. Choca-me que certas pessoas não consigam entender, que um automóvel se pode transformar numa autentica arma, quando mal utilizado ou não cumprindo integralmente as regras de transito. Choca-me que alguém só por birrinha coloque em risco a vida de outro ser humano. Eu como motociclista sinto esta vulnerabilidade que constantemente me acompanha sempre que me monto na mota. 

Os motociclistas tem naturalmente mais facilidade em vencer os obstáculos do transito e isso muitas vezes não é bem visto por alguns automobilistas que desesperam nas filas. Mas também não é razão para lhes dificultar a passagem pondo em risco a sua integridade física. Não me interpretem mal! Os motociclistas não são Santos e também sofrem deste mal mas, este mal nos motociclistas tem a tendência para os atirar para situações desagradáveis para a saúde, daí também não se manifestar da mesma forma nem com a mesma intensidade.

O que poderá ser feito para mudar esta mentalidade, para criarmos uma consciência cívica e ser melhores cidadãos? Estou consciente que não se pode mudar estes comportamentos só com leis proibitivas e penalizadoras. Estes comportamentos estão de tal forma enraizados que não resultaria. Observando o que se faz lá fora, devemos sim, atuar na prevenção e numa melhor formação cívica, logo desde tenra idade em casa e nas escolas. Mas estamos em Portugal, e até hoje não vi gastar um cêntimo que fosse neste tipo de coisas. Lembro-me de umas campanhas  de prevenção rodoviária à uns anos atrás mas,  foi sol de pouca dura. Resta-nos a nós Automobilistas, motociclistas e peões mudarmos a nossa atitude no transito e termos esperanças de que um dia, haja mais civismo nas nossas estradas e que estas sejam mais seguras para todos.

Divirtam-se

segunda-feira, 28 de março de 2011

Até que enfim...

Esta pequena historia nada tem a ver com motas mas, dada a sua invulgaridade tenho que publica-la.

Quando em Agosto de 2006 decidi trocar de carro nunca iria imaginar a salganhada que isso ia dar.

Em Agosto de 2006 decidi trocar de carro. Não que o Ford Fiesta 1.2 estivesse nas ultimas mas, já tinha uns aninhos e ainda valia alguma coisita em troca. Depois de ver no mercado um conjunto de veículos que cumprissem os meus requisitos, decidi-me pelo Mitsubishi Colt CZ3 (hoje com quase 5 anos, devo dizer que é  um carro 5 *****). A minha aventura teve inicio no dia em que levei o Fiesta para entregar e trouxe o Mitsubishi. Pois, não é que o raio do Fiesta esteve em meu nome durante quase 5 anos, sem que conseguisse alterar esta situação.

Na altura ainda não vigorava o Atual IUC (Imposto Único de Circulação) e era prática corrente os comerciantes de veículos só alterarem o registo do mesmo quando da venda. Ou seja, entreguei o carro, O documento da empresa de credito para levantar a reserva de propriedade, assinei a declaração de compra e venda e o concessionário da Mitsubishi deu-me uma declaração em como tinha recebido o carro como entrada do pagamento e que daí eu ficaria livre de qualquer responsabilidade pelo mesmo, bem como de qualquer ónus ou encargo.

Correu tudo bem até ao ano de 2008. Ano em que entrou em vigor o novo IUC. Em resultado disto as finanças passaram a exigir-me o pagamento do IUC e eu (tótó) acabei por paga-lo nesse ano. Não sabia onde andava o carro, nem como havia de regularizar a situação. No concessionário onde entreguei o carro ninguém me soube dizer nada e nas finanças muito menos (foram uns queridos, principalmente o concessionário da Mitsubishi que se descartou de qualquer responsabilidade). No ano seguinte fui informar-me e descobri que havia uma forma de mandar apreender administrativamente a matricula do veiculo. Bastava ir ao site www.automovelonline.pt do Instituto de Registos e Notariado e preencher o formulário para apreensão administrativa de matricula.

Passado 8 meses o veiculo ainda estava em meu nome. Quase arranquei os cabelos mas, não paguei o IUC. Dirigi-me então ao ACP e pedi ajuda para a resolução do problema. Primeiro, descobriram que o carro ainda tinha a reserva de propriedade e para fazer o que quer que fosse esta tinha que ser levantada. Para isso fui á Ford, pedir 2ª via da declaração que me haviam passado e fui também pedir 2ª via do Documento Único Automóvel. Só para a Ford desembolsei 50 Euros (sim, foi o que aqueles fdp cobraram por me imprimir um papel), mais 63 para a segunda via de documentos e outro tanto para o levantamento da reserva de propriedade e mais não sei quanto para os serviços do ACP. Enfim mais de 200 euros para tratar desta treta toda (isto para quem tinha ficado livre de ónus e encargos). Só depois disto tratado pude pedir nova apreensão administrativa de matricula.

Em 2010 depois de ter recebido e contestado uma multa do Fiesta, fui as finanças verificar novamente os registos de propriedade e o raio do carro continuava em meu nome. Passei-me...só me apetecia partir qualquer merda que apanhasse pela frente. Depois de acalmar liguei ao IMTT. Estes senhores disseram-me que a matricula estava ativa e que não tinham conhecimento de nenhum pedido de apreensão para o veiculo e mais... que não tinham nada a ver com o tal site do Instituto de Registos e Notariado. Fiquei de boca aberta...quis manda-los á merda e nem isso consegui. Então os senhores não têm nada a ver com isso???? Devem estar a brincar comigo! Só pode...
Voltei ao ACP e desta vez fizeram o pedido de apreensão diretamente no IMTT. Agora sim, disse eu. Fiquei plenamente convencido que tinha sido desta desta.

No mês passado recebi outra multa...liguei ao IMTT e disseram-me que atualmente eu tinha que renovar o pedido de apreensão administrativa do veiculo de 6 em 6 meses até que o veiculo mudasse de proprietário (antes se ao fim de 6 meses o veiculo não mudasse de propriedade era automaticamente cancelada a sua matricula). Aqui confesso... entrei em desespero. Disse a mim mesmo que se encontrasse o raio do carro a circular que o ia seguir e lhe deitava fogo quando não estivesse ninguém por perto. Cheguei a ir a uma esquadra da PSP perguntar o que mais poderia fazer. A resposta foi "Você está metido num valete molho de bróculos". Incrédulo, ainda questionei o agente com o facto do atual dono do carro não pagar IUC nem multas, ter pedidos de apreensão pendentes  e ir ás inspeções periódicas e ficar com o veiculo aprovado. Como era isto possível???? Resposta do agente "Pois...esses tipos do IMTT têm lá a quintinha deles e não passam a informação a ninguém. Nem a nós, quanto mais aos centros de inspeção". 

Dirigi-me também ao ACP a solicitar ajuda jurídica para este caso. Disseram-me que brevemente iriam entrar em contacto comigo...e nada.

Andei durante dois dias a rondar a zona onde eu achava que estava o carro (as multas tinham sido lá aplicadas) e nada. Desespero total...a ideia de pegar fogo à merda do carro começava a tomar proporções muito perigosas, até que...para meu espanto recebo um telefonema do gajo que tinha comprado o carro. Parece que a GNR lhe apreendeu a viatura. Multas por pagar e registo por efetuar...nem queria acreditar. O tipo todo falinhas mansas...só me apeteceu manda-lo cagar mas, eu queria o assunto resolvido e colaborei.

Às vezes estas coisas andam enroladas tempos a fio e depois, de repente resolve-se tudo de uma vez. Já depois disto tudo resolvido, recebi um telefonema do ACP a prestarem-me a ajuda jurídica que tinha solicitado...apesar de resolvido aceitei. Até porque queria saber, caso isto desse ainda merda no futuro (multas, registos, etc.), com o que poderia contar e quais as minhas responsabilidades neste assunto. Parece que no meio disto tudo a única instituição publica que funcionou foi, a Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária que, por falta de pagamento das multas mandou apreender o veiculo. Se estivesse á espera do IMTT estava arranjado. Vejam lá se o tipo até é certinho a conduzir...nunca mais dava isto por resolvido.

A partir de hoje nunca mais entrego um veiculo a quem quer que seja sem antes fazerem a transferência de propriedade. E ficarei sempre com uma chave do veiculo porque, se der merda vou busca-lo e mais nada.Um tipo só cai nestas merdas uma vez...

Divirtam-se